Recentemente, em 2016, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou a revisão de uma importante norma técnica de sua publicação, a NBR 15486: Segurança no tráfego – Dispositivos de contenção viária – Diretrizes de projeto e ensaios de impacto. Essa norma constitui um significativo marco no segmento de segurança viária no Brasil.
Até a publicação dessa revisão, em março daquele ano, as defensas metálicas, por exemplo, eram produzidas em conformidade com os desenhos e orientações das normas NBR 6970 e NBR 6971 aplicáveis. Essas normas, por sua vez, não contemplavam níveis de contenção mas já havia um passo importante, a autorização da substituição por defensas com laudos de ensaio.
No entanto, a partir de sua revisão, os novos projetos devem nortear-se na sua concepção pelos níveis de contenção, pelo espaço de trabalho e pela severidade do impacto. Para que se consiga dispor dessas informações é imprescindível que sejam realizado testes de ensaio (crash tests) para todos os dispositivos de contenção.
Continue a leitura deste post e saiba como escolher o melhor produto de segurança viária para cada tipo de rodovia.
Como deve ser um projeto de segurança viária?
Um projeto moderno de segurança viária deve atender ao conceito da rodovia que perdoa. Esse princípio significa que os recursos de segurança da via devem perdoar as falhas dos motoristas que transitam no trecho em questão.
Por sua vez, do ponto de vista técnico, o projeto de um sistema de segurança viária deve considerar variáveis como a classe da rodovia, volume de tráfego, a velocidade na via e os tipos de veículos. Além disso, é preciso ainda analisar em cada trecho os riscos existentes, assim como a sua geometria.
Para tanto, durante a fase de projeto básico é necessário fazer a devida integração entre os diversos projetistas envolvidos e responsáveis pela geometria da pista, pela drenagem e pela segurança viária. Posteriormente, os elementos de segurança podem ser detalhados na elaboração do projeto executivo.
Como escolher o melhor dispositivo de acordo com o tipo de rodovia?
A necessidade de instalação de um dispositivo de contenção em uma rodovia resulta da expectativa de garantia de segurança para os usuários, primeiramente. Assim, a intenção de uma defensa metálica, por exemplo, é o redirecionamento de um veículo desgovernado de volta para a pista, da forma mais segura possível.
Nesse sentido, as previsões da referida norma NBR 15486 apontam para a necessidade de instalação de dispositivos de contenção ao se avaliar:
- a existência de obstáculos fixos;
- a existência de taludes críticos e não recuperáveis (conceitos técnicos normativos em função da declividade e da existência de obstáculos);
- as estruturas de drenagem e as caixas de captação;
- a existência de canteiros centrais com histórico de acidentes;
- a presença de usuários vulneráveis, como pedestres e ciclistas;
- a existência de obras de média ou longa duração no local.
Desse modo, para a escolha do melhor dispositivo é necessário considerar no primeiro momento os níveis de contenção envolvidos com o caso. Assim, a abordagem inicial deve ser feita a partir da análise de trechos homogêneos da via, tomando como referência o diagrama de seleção de dispositivos de contenção viária por níveis de contenção (figura 13, na norma NBR 15486).
Sendo assim, trechos diferentes podem apresentar níveis distintos de contenção e, portanto, exigências diferenciadas para os respectivos dispositivos. Nesse sentido, uma boa avaliação do local e das características do tráfego conduzida pelo projetista deve considerar, entre outros aspectos:
- a classe a que pertence a rodovia;
- a velocidade operacional no trecho avaliado;
- o volume do tráfego no trecho em questão;
- a porcentagem de veículos pesados componentes do tráfego local;
- as condições geométricas adversas (curvas, rampas);
- a natureza dos riscos e dos obstáculos existentes;
- as consequências adversas na ocorrência de transposição por um veículo pesado.
A referida norma NBR 15486 classifica os diversos níveis de contenção em:
- normal (N);
- alto (A);
- muito alto (MA).
Por sua vez, Fez-se necessário a determinação do risco existente no local em analise, que podem ser classificados como:
- risco normal, que engloba os acidentes gerados com severidade normal, sem consequências adicionais e perigos que possam elevar a severidade e as consequências de um acidente;
- risco alto, em que há existência de perigos que possam elevar a severidade e as consequências de um acidente, com riscos a terceiros dentro da zona livre.
Para a caracterização de situações de risco alto, a citada norma relaciona:
- acesso a áreas populosas (escolares, habitacionais ou laborais) lindeiras à via;
- estruturas que possam desabar (passarelas, pórticos e outras);
- locais que propiciem quedas em taludes críticos altos;
- segmentos próximos a águas profundas;
- área de mananciais;
- curvas acentuadas;
- declividades acentuadas;
- trechos com altos índices de acidentes;
- áreas de armazenamento de produtos químicos e combustíveis;
- torres de alta tensão.
Dessa forma, ao analisar as diversas variáveis envolvidas, a classe da rodovia e os demais passos do diagrama de seleção de dispositivos de contenção viária por níveis de contenção, o projetista pode escolher a melhor relação custo-benefício sem perder de vista o item mais importante, que é a segurança dos usuários da via.
Fazendo um analise detalhada em cada trecho, existe uma grande probabilidade de otimização utilizando defensas metálicas N2 como o dispositivo de contenção. Esta pode ser um alternativa viável e com uma significativa redução de custos para os locais em que for adotada de maneira criteriosa.
Como escolher o melhor fornecedor?
A escolha do melhor fornecedor para dispositivos de segurança viária constitui uma tarefa que requer sua atenção especial. Nesse sentido, além de atender às normas aplicáveis ao assunto, a opção por determinado fornecedor deve levar em consideração alguns importantes tópicos que podem ser assim relacionados:
- qualidade do material e garantia do seu fornecimento em prazos acordados;
- saúde financeira e contábil do fornecedor;
- análise dos custos ocultos envolvidos;
- investimento em inovação, tecnologia e principalmente em crash test;
- ética e princípios de valor que coincidam com os valores de sua companhia.
Por se tratar de um tema tão importante para o segmento de segurança viária, elaboramos um texto específico para um melhor entendimento do assunto: “Fornecedor de Defensa Metálica: uma peça fundamental na qualidade e no custo da implantação”. Dê uma boa olhada. Sua leitura vai enriquecer a discussão sobre o tema.
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